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LEGISLAÇÃO ESCOLAR DE "A" A "Z"
- Pode definir o seu ponto de vista sobre "educação" com um só adjectivo?
- A educação deve ser "afectuosa".
- Que significa isso?
- Embora tal pareça impraticável, significa uma educação que não admite nenhum tipo de agressão física, nem punição.
- Como chegou a tal conclusão?
- Foi preciso reflectir muito sobre a minha própria experiência de criança e adolescente. A minha história pessoal. Questionar o que os meus pais fizeram e não fizeram; O que eu já fiz e não fiz; foi necessário aprender.
- Qual é a sua primeira experiência como educadora?
- Fui uma mãe agressiva. Gritei e fiz chantagem com a minha filha. Mas bem me apercebia que não era eficaz e que não estava a ser coerente com a minha forma de a amar. Decidi por isso ler, li muito, avancei pouco a pouco, festejei as minhas vitórias, e aprendi na tristeza das minhas derrotas. Por vezes há novos fiascos que nos desencorajam, cheguei à beira da pura agressão. Tenho sempre presente o seguinte pensamento de Guinot: " Todos os sentimentos são aceitáveis, mas nem todos os comportamentos o são". Isto é válido tanto para pais e professores como para filhos e alunos.
- A que conclusões chegou com a sua reflexão?
- Do meu estudo, da auto-reflexão sobre o que li e da minha experiência de filha e de mãe retirei nove ideias sobre “como educar”. A primeira é uma teoria sobre o afecto; a segunda centra-se nas “necessidades do educando”; a terceira fixa-se nas etapas do desenvolvimento; a quarta preocupa-se com o “funcionamento do cérebro”; a quinta debruça-se sobre as “razões que desencadeiam comportamentos censuráveis no educando”; a sexta distingue as “emoções que escondem outras emoções”; a sétima reflete sobre “novas formas de comunicar”; a oitava centra a sua atenção no “autodidatismo do educador”; a nona desenvolve o tema “preparação do ambiente familiar”.
- Em que consiste a sua « teroria do afeto » ?
- Ao longo da infância e adolescência a necessidade de afeto é primordial e a sua satisfação é um elo fundamental no desenvolvimento emocional e relacional do educando. Se a necessidade de afecto não é suprida, porque há rejeição, pouca atenção, ou imprevisibilidade e irregularidade dessa atenção por parte do educador, a insegurança do educando pode desenvolver-se e a sua desconfiança em relação ao Educador pode minar a relação entre ambos. “ As palavras sem afeto nunca chegarão aos ouvidos de Deus.” (W. Shakespear)